Uma em cada dez pessoas entre 5 e 24 anos vive com pelo menos um transtorno mental diagnosticável, diz estudo
Uma
análise baseada em dados do Global Burden of Disease Study (GBD) de 2019 revela
que os transtornos mentais pesam sobre a vida da população entre 5 e 24 anos.
Uma em cada dez crianças e jovens desta idade (ou 293 milhões em todo o mundo)
vive com pelo menos um transtorno mental diagnosticável, de acordo com um
estudo publicado na revista JAMA Psychiatry.
O
estudo abrange a faixa etária do jovem que está entrando no mercado de
trabalho, ou seja, muitos chegam para as empresas com algum tipo de transtorno
depressivo ou ansiedade. Segundo a advogada especialista em saúde mental
Adriana Belintani, o grande desafio é as empresas estarem preparadas para
receber esse jovem.
“Se
torna ainda mais crucial que as empresas sejam acolhedoras, ou seja, que esse
colaborador possa iniciar sua trajetória profissional em um ambiente saudável,
para que, assim, nenhum tipo de transtorno possa ficar ainda mais grave por
conta do trabalho”, alerta Belintani.
A
pressão por desempenho, a competição acirrada, as longas horas de trabalho e a
falta de apoio adequado são apenas algumas das questões que podem contribuir
para o aumento dos problemas de saúde mental entre os jovens trabalhadores. A
pandemia de COVID-19 exacerbou ainda mais essa situação delicada. Após meses de
confinamento e impactos na saúde mental, muitos jovens foram forçados a
retornar à atividade profissional em condições desafiadoras.
“Diante
desse contexto, torna-se imperativo que as empresas adotem medidas proativas
para promover a saúde mental de seus funcionários, especialmente dos jovens que
estão ingressando no mercado de trabalho. Programas de apoio psicológico,
ambientes de trabalho inclusivos e políticas de flexibilidade podem desempenhar
um papel crucial na promoção do bem-estar desses profissionais em formação”,
afirma.
Em
suas palestras para líderes de empresas de todo o Brasil, a advogada Adriana
Belintani ressalta a importância de priorizar a saúde mental dos colaboradores,
incluindo os jovens. Segundo ela, esse cuidado vai se refletir na produtividade
e também vai evitar ações trabalhistas, uma vez que cada vez mais pessoas estão
recorrendo à Justiça em busca de direitos, quando, de alguma forma, entendem
que seu diagnóstico de comprometimento da sua saúde mental está relacionada ao
trabalho.
“Programas
de apoio psicológico, flexibilidade no horário de trabalho, incentivo ao
equilíbrio entre vida pessoal e profissional e a promoção de uma cultura de
abertura e apoio estão entre as medidas que podem ser adotadas pelas empresas,
para que os jovens possam prosperar, não apenas profissionalmente, mas
mentalmente”, sugere Belintani.
Sobre Adriana
Belintani-
Advogada especialista em saúde mental com mais de 20 anos de atuação nas áreas
trabalhista e previdenciária. Com escritório sediado em Pindamonhangaba,
interior de São Paulo, Belintani tem
clientes em todo o Brasil e atende principalmente processos de trabalhadores
que desenvolveram alguma doença
referente à saúde mental por conta do trabalho, que tiveram algum acidente na empresa ou algum tipo de doença
ocupacional. A profissional ainda atua
fortemente na divulgação e no esclarecimento dos motivos que levam as pessoas a
adoecerem no ambiente do trabalho.