Segundo advogada especialista em saúde
mental, o trabalhador deve ficar em alerta se o sentimento é de desânimo e
tristeza com o fim do período de descanso
As férias são
tradicionalmente vistas como um período de descanso e renovação, mas o retorno
à rotina diária, após esse intervalo, pode revelar muito sobre o estado da
nossa saúde mental. O sentimento que experimentamos ao voltar ao trabalho ou às
atividades cotidianas pode ser um indicador crucial de como estamos lidando
emocionalmente e psicologicamente.
A advogada Adriana
Belintani, especialista em saúde mental, diz que ao voltar das férias a
pessoa tem que estar descansada, pronta
para recomeçar e com sentimento de realização, de satisfação.“Um dos sinais de
que algo não está bem é quando a pessoa começa a ficar desmotivada e triste
pelo retorno ou quando os pensamentos de sua rotina do trabalho vão à sua mente
e o sentimento é de desânimo com o recomeço”, exemplifica a advogada.
As férias, de acordo com
a especialista, são uma oportunidade para desconectar, relaxar e recarregar as
energias. Durante esse período, muitas pessoas conseguem se afastar das
pressões do trabalho, responsabilidades familiares e outros compromissos estressantes.
O retorno à vida cotidiana pode realmente desencadear uma variedade de emoções,
mas isso não deve trazer um peso emocional para o trabalhador.
“Muitas vezes, nesse
período de folga, o trabalhador pode se autoanalisar e descobrir que o estresse
e a ansiedade são problemas relacionados ao trabalho. E acontece de algumas
pessoas decidirem processar a empresa em que trabalha depois de refletir sobre a
vida nas férias. Já tive casos em que o trabalhador optou pelo processo”,
explica Belintani.
A orientação da advogada
é estar atento aos sentimentos. Se está de férias, a dica é para que se
desconecte. Se está para voltar ao trabalho, que esteja atento aos sinais do
corpo e da mente.
“O trabalhador tem
direito à desconexão. Ou seja, nesse período ele não pode ser contactado pela
empresa. É um direito, inclusive, garantido quando do encerramento do seu
trabalho. Temos um contrato de trabalho a ser seguido, com horários de entrada,
saída, férias, folgas...em um mundo cada vez mais conectado, às vezes há uma
dificuldade de se fazer essa separação, o que é trabalho e o que é o não
trabalho. Temos que ter o bom senso, sempre quanto à utilização da tecnologia”,
alerta a especialista.
Sobre Adriana Belintani - Advogada especialista em saúde mental
com mais de 20 anos de atuação nas áreas trabalhista e previdenciária. Com
escritório sediado em Pindamonhangaba, interior de São Paulo, Belintani tem clientes em todo o Brasil e atende
principalmente processos de trabalhadores que desenvolveram alguma doença referente à saúde
mental por conta do trabalho, que tiveram algum acidente na empresa ou algum tipo de doença
ocupacional. A profissional ainda atua
fortemente na divulgação e no esclarecimento dos motivos que levam as pessoas a
adoecerem no ambiente do trabalho.