Outubro Rosa: médica comenta mitos sobre terapia hormonal durante a menopausa e relação com o câncer de mama

 Tratamento, que é uma opção para tratar os sintomas da menopausa, ainda gera receio entre as mulheres


Foto: Maria Letícia de Araújo


Durante o mês de conscientização sobre o câncer de mama, conhecido como Outubro Rosa, muitas mulheres têm dúvidas sobre como a terapia de reposição hormonal (TRH) na menopausa pode afetar o risco de desenvolver este tumor. No entanto, a relação entre a TRH e este problema é mais complexa do que se pensa.


O medo de aumentar os riscos de câncer de mama devido à TRH é comum entre as pacientes, porém essa relação não é uma regra. Ao iniciar qualquer tratamento hormonal, a paciente deve antes passar por uma avaliação criteriosa, considerando a saúde mamária anterior, riscos individuais e familiares, bem como a condição de saúde geral.


Aumento na qualidade de vida


Segundo Alexandra Ongaratto, médica ginecologista endócrina e Diretora Técnica do primeiro Centro Clínico Ginecológico do Brasil, o Instituto GRIS, a terapia hormonal não deve ser evitada apenas pelo temor de desenvolver câncer de mama. “É fundamental compreender que, principalmente para uma paciente saudável que está passando pela transição menopausal e sofrendo com sintomas que afetam sua qualidade de vida, a terapia hormonal pode oferecer benefícios significativos”, enfatiza.


A escolha adequada do tipo de hormônio utilizado é crucial para garantir a segurança da TRH. Dá-se preferência aos hormônios "naturais", que têm uma estrutura molecular semelhante aos hormônios produzidos pelo corpo ou que eram produzidos antes da menopausa – o que minimiza os riscos associados ao tratamento.


A administração de TRH em pequenas doses é outra medida que pode ser adotada para maximizar os benefícios e minimizar os riscos. Menos hormônio é necessário para alcançar os resultados desejados, reduzindo, assim, qualquer aumento potencial no risco de câncer de mama.


Cada pessoa é única, e este tratamento deve ser adaptado às suas necessidades individuais. A individualização do tratamento leva em consideração fatores como histórico de saúde, sintomas da menopausa e riscos específicos da paciente, garantindo maior segurança.


A médica explica que a relação entre a terapia hormonal na menopausa e o câncer de mama não é uma sentença única e definitiva. A avaliação cuidadosa, a escolha criteriosa dos hormônios, doses ultra baixas e a individualização da terapia são passos essenciais para garantir que os benefícios do método possam ser aproveitados sem um aumento significativo no risco de desenvolver esse tumor maligno. 


“Cada mulher deve discutir suas preocupações e opções com seu médico para tomar decisões informadas sobre seu tratamento na menopausa. Acima de tudo, incentivamos a conscientização não apenas sobre o câncer de mama, mas também sobre as opções disponíveis para o bem-estar das mulheres durante essa fase da vida”, enfatiza a doutora.


Prevenção e conscientização


Alexandra ressalta que, além da consideração da terapia de reposição hormonal, a prevenção do câncer de mama também depende de práticas regulares de autocuidado e exames médicos. O autoexame das mamas é uma ferramenta simples e eficaz que todas as mulheres podem incorporar em sua rotina, além do acompanhamento médico contínuo. 


Exames de mamografia e ultrassonografia também desempenham um papel crucial na detecção precoce da doença. “Tudo isso é uma parte fundamental na luta contra o câncer de mama”, finaliza a médica.


Contraindicação após câncer de mama


Estudos clínicos e pesquisas indicam que a TRH pode aumentar o risco de recorrência do câncer de mama em mulheres que já passaram por essa experiência. Esse novo entendimento tem levado médicos a considerar cuidadosamente as opções de tratamento para os sintomas da menopausa em sobreviventes dessa condição, priorizando alternativas mais seguras e personalizadas.


Embora a menopausa possa ser uma fase desafiadora, a comunidade médica está se dedicando a encontrar abordagens alternativas que ofereçam alívio dos sintomas climatéricos sem comprometer a segurança das pacientes. “É essencial que as mulheres que passaram por essa jornada conversem abertamente com seus médicos e considerem opções de tratamento que sejam mais adequadas ao seu histórico e às suas necessidades individuais”, encerra Alexandra.


Instituto Gris


O Instituto Gris, tem como compromisso priorizar o bem-estar e a saúde feminina. Sediado em Curitiba, é pioneiro como o primeiro Centro Clínico Ginecológico do Brasil, agregando as mais avançadas tecnologias para o cuidado da saúde íntima feminina. Seu enfoque abrangente e especializado combina inovação e dedicação, ajudando as mulheres a assumirem o protagonismo em suas jornadas de saúde.


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