Cinco formas de atrair a atenção das crianças para atividades fora das telas

 

Oleksandr - Pexel

Competir com videogames, redes sociais, filmes, séries e desenhos animados. Ser mais atraente que as dancinhas, as trends e as figurinhas. Capturar a atenção sem tecnologia ou recursos audiovisuais. Essa é a batalha enfrentada diariamente por pais e responsáveis ao redor de todo o mundo, quando o assunto é entreter e desenvolver os cérebros de crianças e adolescentes. Uma missão difícil e que, quase sempre, é vencida pelas telas. Mas não precisa ser assim. Com um pouco de dedicação e criatividade, é possível desviar os olhos vidrados dos celulares e computadores para atividades mais proveitosas.

De acordo com a especialista em Psicologia Educacional e Educação Inclusiva dos colégios do Grupo Positivo, Michele Norberto, é preciso ter cuidado com a armadilha da praticidade. “O celular é muito mais prático e traz uma falsa tranquilidade. Se nós e o ambiente em que vivemos não estivermos preparados para lidar com a criança, estaremos nos colocando em uma encruzilhada e vamos acabar dando o celular a ela, porque é o mais fácil”, ressalta. Para que isso não aconteça, segundo ela, os adultos devem pensar previamente em preparar o ambiente doméstico - e os objetos necessários - para que a criança possa se distrair sem recorrer às telas.

“Se tirar a tela, é preciso ter outras possibilidades para essa criança. É claro que, em uma casa, há coisas que são dos adultos e é importante combinar com a criança quais são, onde ela não pode mexer. Mas, fora isso, é fundamental criar um ambiente em que os pequenos tenham autonomia”, detalha a professora de Educação Infantil e assessora do 1.º ano dos colégios do Grupo Positivo, Júlia Assis. Segundo ela, brinquedos devem estar ao alcance e atividades do dia a dia, como escovar os dentes, devem ser realizadas em um ambiente seguro para isso. As especialistas dão algumas dicas para atrair a atenção das crianças para experiências off-line.

  1. Contato com a natureza

O contato com o meio ambiente é muito importante porque oferece uma série de vivências que contribuem para o desenvolvimento infantil. As diferentes sensações estimulam os sentidos e desempenham um papel fundamental na vida humana. “As texturas, os cheiros e tudo o mais extrapolam em muito os estímulos presentes na tela, que são mais visuais e auditivos. Além disso, se a criança não gosta do que vê na tela, é só passar. E então não consegue refletir sobre o que gosta e o que não gosta. O contato com o mundo natural faz com que ela se conheça, também”, destaca Michele.

  1. Interação e acompanhamento

Até os dois anos de idade é a fase em que o cérebro humano mais se desenvolve. Por isso, o tempo passado com as crianças nessa faixa etária precisa ser sempre de qualidade. Não importa se os pais têm disponibilidade de muitas horas ou de apenas 40 ou 50 minutos por dia, eles precisam focar em interagir com os filhos nesse tempo. Desligar o celular ou silenciar as notificações, conversar com a criança, brincar, perguntar sobre o dia que ela teve e até observá-la ativamente enquanto ela brinca são formas de fazer isso.

Se estiverem em ambientes externos, na natureza, tente acompanhar e mediar esse contato, estimulando que ela explore e descubra as coisas. Se estiverem em um restaurante, por exemplo, deve-se oferecer atividades que substituam as telas. “Monte um kit de primeiros socorros, com livrinhos, lápis de cor, pedaços de papel, massinha, enfim, recursos que  impeçam que ela fique entediada e comece a pedir pelo celular”, ensina Júlia.

  1. Exemplo e comunicação

Uma pesquisa realizada pela AVG aponta que, no Brasil, 71% dos pais acreditam checar demais seus smartphones, enquanto 87% dos filhos concordam com essa percepção. Crianças que notam que seus pais estão sempre olhando para o celular tendem a acreditar que esse é um comportamento normal e, pior que isso, a repeti-lo. Dar o exemplo é, portanto, essencial. E isso pode ser feito comunicando quando houver a necessidade de estar ao celular, explicando que isso faz parte do trabalho e que é coisa de adulto, mas, também, verbalizando quando for hora de deixar o aparelho de lado e focar em outra atividade. Júlia pontua que essa comunicação pode ser feita de forma natural: “você pode dizer ‘agora eu estou com você e este é nosso momento de brincar, então nossa atenção é aqui para este momento’. Comunicar isso à criança ajuda a baixar a ansiedade, acalmá-la e mostrar a ela o exemplo que deve seguir”.

  1. Regras

Os chamados “combinados” são parte indispensável da educação dos pequenos. É por meio deles que a família estabelece as regras que conduzem a dinâmica diária. Hora de brincar, de estudar e de dormir, momentos de lazer e de se alimentar, proibidos e permitidos, limites e tudo o mais que interfere na rotina devem fazer parte desses combinados. “Cada família tem o seu combinado e isso também vale para o tempo de tela. Porque as crianças têm acesso às telas e é muito difícil evitar isso, mas estipular esse tempo é fundamental”, explica Júlia.

  1. Experimentação

Quanto mais experiências diferentes forem oferecidas, mais a criança vai se interessar por atividades que não envolvem as telas. Mas atenção: a mediação do adulto deve estar sempre presente. “É preciso planejamento, observar o que é adequado para cada faixa etária, e também trocar experiências, trazer mais informações sobre o que está acontecendo, enriquecer a experiência”, diz Michele. Ela afirma ainda que é importante verbalizar para a criança onde estão indo e o que ela pode esperar do passeio, incluindo as partes “ruins”, como filas, por exemplo. Museus, cinema, peças de teatro, shows, piqueniques, jogos adequados a cada idade, atividades que envolvam papel, caneta, lápis de cor, giz de cera, massinha, entre outros, são ótimas opções para exercitar essas vivências. Além disso, pedir ajuda para tarefas domésticas, também respeitando os limites e as possibilidades de cada faixa etária, é outra maneira de interagir com os pequenos, estimulando o afastamento das telas com atividades que vão atrair a atenção deles.

Júlia Assis e Michele Norberto são as convidadas do 12.º episódio da temporada “Conexões”, do Posicast, podcast produzido pelos colégios do Grupo Positivo, cujo tema é “Cultura além das telas: como despertar o interesse das crianças por experiências off-line?”. Todos os episódios estão disponíveis no YouTube do colégio (https://www.youtube.com/@colegiopositivo).

 

Sobre o Colégio Positivo

O Colégio Positivo compreende sete unidades na cidade de Curitiba, onde nasceu e desenvolveu o modelo de ensino levado a todo o país e ao exterior. O Colégio Positivo - Júnior, o Colégio Positivo - Jardim Ambiental, o Colégio Positivo - Ângelo Sampaio, o Colégio Positivo - Hauer, o Positivo International School, o Colégio Positivo - Água Verde e o Colégio Positivo - Boa Vista atendem alunos da Educação Infantil ao Ensino Médio, sempre combinando tecnologia aplicada à educação e professores qualificados, com o compromisso de formar cidadãos conscientes e solidários. Em 2016, o grupo chegou em Santa Catarina - onde hoje fica o Colégio Positivo - Joinville e o Colégio Positivo - Joinville Jr. Em 2017, foi incorporado ao grupo o Colégio Positivo - Londrina. Em 2018, o Positivo chegou a Ponta Grossa (PR), onde hoje está o Colégio Positivo - Master. Em 2019, somaram-se ao Grupo duas unidades da escola Passo Certo, em Cascavel (PR), e o Colégio Semeador, em Foz do Iguaçu (PR). Em 2020, o Colégio Vila Olímpia, em Florianópolis (SC), passou a fazer parte do Grupo. Em 2021, a St. James' International School, em Londrina (PR), integrou-se ao grupo. Em 2023, o Positivo chega a São Paulo, com a aquisição do Colégio Santo Ivo, e passa a contar com 17 unidades de ensino, em oito cidades, no Sul e Sudeste do Brasil, que atendem, juntas, aproximadamente 18,5 mil alunos desde a Educação Infantil ao Ensino Médio.



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