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Anemia falciforme: desconhecimento sobre a doença pode
reduzir o tempo de vida quando não tratada
Saiba mais sobre essa doença de ordem genética que é
diagnosticada por meio do teste do pezinho
Fraqueza,
cansaço, dor em diversas partes do corpo, além de infecções, são alguns
sintomas provocados pela anemia falciforme. De acordo com o Ministério da
Saúde, entre 50 mil e 100 mil brasileiros sofrem com a enfermidade. Vale o
alerta sobre a importância do diagnóstico, realizado por meio de um simples
exame: o teste do pezinho.
A
anemia falciforme é uma doença hereditária (que passa dos pais para os filhos)
mais presente no Brasil e no mundo. Ela é caracterizada por alterações no
sangue, devido ao enrijecimento dos glóbulos vermelhos, que assumem formato de
foice, dificultando a passagem de oxigênio para o cérebro, rins, pulmões e
outros órgãos. A hematologista Andresa Melo, do Hospital Brasília, pertencente
à Dasa, a maior rede de saúde integrada do Brasil, explica que a anemia
falciforme é uma doença hereditária que pode ocorrer nos filhos de pessoas
portadoras de traço falciforme.
Segundo
a médica, de forma geral, a enfermidade pode ter uma evolução que compromete
bastante a qualidade de vida do paciente desde a infância, e que pode causar
frequentes crises de dor, necessidade de internações para transfusões e
tratamento de infecções. “Quanto mais cedo se der o diagnóstico, melhor o
suporte e abordagem de tratamento reduzindo a chance de complicações mais
graves. Pacientes com essa doença podem apresentar dores decorrentes da
obstrução sanguínea, infecções, AVC (acidente vascular cerebral), tromboses,
problemas cardíacos e necessidade de múltiplas transfusões”, afirma a médica.
Conheça
as possíveis manifestações da anemia falciforme:
• Anemia;
• Histórico de crises de dor nos ossos;
• Icterícia (cor amarela nos olhos);
• AVC;
• Síndrome torácica aguda;
• Infecções / febre;
• Feridas em membros inferiores de
difícil cicatrização;
• Em algumas pessoas pode ocorrer o
atraso no crescimento.
A
hematologista diz que geralmente o sinal de alerta pode ser a primeira crise de
dor ainda nos primeiros meses de vida. “Em alguns casos a mãe pode notar a cor
escura na urina da criança e infecções de repetição, nesse momento é importante
procurar ajuda médica para uma investigação", enfatiza a Dra. Andresa.
Diagnóstico
O
rastreio da doença falciforme é feito por meio do teste do pezinho, realizado
nos primeiros dias de vida. Segundo o hematologista Sandro Melim, da Dasa
Centro-Oeste (Exame Medicina Diagnóstica, Laboratório Bioclínico, Atalaia
Medicina Diagnóstica e Cedic Cedilab Imagem e Laboratório), em quase todos os
casos, o teste consegue fazer o diagnóstico. “É muito raro uma criança passar
pelo exame e não conseguir ser diagnosticada. Este exame detecta muito bem
qualquer alteração relacionada à doença falciforme”, explica.
Após
o diagnóstico, a pessoa deverá ser avaliada por toda a vida. Além do hemograma,
é necessário realizar a eletroforese de hemoglobina, considerado o exame de
diagnóstico mais importante.
Segundo
o médico, com o diagnóstico, vêm os exames de rotina. “É importante fazer uma
série de exames laboratoriais de sangue e urina, ecocardiograma, exames de
imagem do tórax e abdome como tomografias ou ecografias, doppler transcraniano,
exame de fundo de olho e retina.
Dr.
Sandro destaca que o controle deve ser feito e acompanhado de perto por um
médico especialista no assunto. “A anemia falciforme não é uma doença que se
medica apenas em momentos críticos. O paciente precisa se cuidar e tratar para
não ter crise e evitar ou retardar o surgimento das complicações da doença”,
destaca.
Tratamento
A
hematologista Andresa Melo destaca que a única estratégia de tratamento que
pode oferecer cura para esses pacientes é o Transplante de Medula Óssea, porém
não está indicado para todos os pacientes – é necessário ter boa condição de
saúde e doador totalmente compatível disponível. O objetivo do tratamento é
aliviar sintomas, prevenir crises de dor, reduzir lesões nos órgãos alvo e
controlar a anemia. O tratamento é individualizado para atender às necessidades
e gravidades de cada paciente, o que envolve o acompanhamento com uma equipe
multidisciplinar, composta por médicos, enfermeiros, assistentes sociais,
nutricionistas, psicólogos, dentistas e outros profissionais.
Conheça
as estratégicas terapêuticas à disposição:
A
hidroxiuréia tem se mostrado útil para diminuir a frequência das crises,
inclusive a síndrome torácica aguda. Outra medicação aprovada pela ANVISA é o
crizanlizumabe, que é capaz de inibir a adesão das hemácias no vaso sanguíneo
reduzindo o risco de dor;
Transfusão
sanguínea - quando a anemia fica mais intensa;
Transplante
de medula óssea - “a única estratégia com perspectiva de cura", conclui a
médica.
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