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Gordura no fígado pode causar cirrose hepática
Conheça as causas, diagnóstico e como ter sucesso no
tratamento
Esta
semana é dedicada ao combate à esteatose hepática, um dos problemas mais
frequentes relacionados ao fígado, e que afeta 20% a 30 % da população mundial
de acordo com a Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH). A gordura no fígado,
também conhecida como esteatose hepática ou doença hepática gordurosa não
alcoólica, se caracteriza pelo acúmulo excessivo de gordura nas células do fígado.
A
doença hepática gordurosa pode estar relacionada a uma série de fatores, como a
obesidade, hepatites virais, perda rápida de peso, uso de medicações como
corticoides, entre outros. De acordo com a hepatologista do Hospital Brasília
Natália Trevizoli, a maioria dos casos possui evolução benigna; no entanto, em
alguns casos pode ocorrer inflamação hepática relacionada à esteatose
(esteatohepatite), com progressão para a cirrose hepática em até 30% dos
pacientes. “Nessa situação, aumenta-se consideravelmente o risco do carcinoma
hepatocelular (câncer do fígado)”, destaca a dra. Natália.
O
melhor tratamento para a esteatose hepática é a mudança dos hábitos de vida do
paciente. Segundo a especialista, a interrupção do uso do álcool, o controle do
peso, a dieta supervisionada e a atividade física regular são fatores que podem
contribuir para a boa evolução do tratamento. “Se o paciente seguir as
orientações terapêuticas, a gordura no fígado pode desaparecer, ou pode-se
interromper a progressão para estágios mais graves da doença”, reforça a
médica.
Além
disso, existem também medicações específicas para a inflamação associada à
esteatose, além do tratamento para as condições clínicas associadas como
diabetes e dislipidemia. “Em se tratando de doenças relacionadas ao fígado, a
melhor opção é sempre a prevenção e o diagnóstico precoce”, enfatiza a
hepatologista.
Diagnóstico
Como
se trata de uma doença silenciosa, o diagnóstico é feito por meio de exames de
imagem que detectam desde os casos mais leves aos casos mais acentuados. De
acordo com a médica radiologista Rayana Ribeiro Daher, do Exame Medicina
Diagnóstica/Dasa, o diagnóstico pode ser feito por meio da ultrassonografia do
abdome, da tomografia computadorizada ou da ressonância magnética. “O método mais
indicado para o rastreio da doença é a ultrassonografia, pois é um método com
alta sensibilidade, um menor custo e maior disponibilidade para os pacientes”,
destaca a radiologista.
Segundo
a especialista, o exame é realizado por um médico, sem a utilização de
radiação, e alguns sinais podem indicar a presença ou ausência da
esteatose. A médica afirma que, em caso
positivo, é possível classificá-la em grau 1, com leve acúmulo de gordura; grau
2, com moderado acúmulo de gordura; ou grau 3, com acúmulo de gordura
acentuado. “Esse exame vai auxiliar o médico assistente a indicar o melhor
tratamento para o paciente”, conclui.
A
avaliação deve ser complementada com exames laboratoriais. Hoje em dia também
há métodos não invasivos de avaliação de fibrose hepática. E em alguns casos, é
necessária a realização da biópsia. |