Tempo de Economia debate as transformações sociais do trabalho

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Diplomata Ney Canani e o filósofo Nelson Mello e Souza foram os convidados da semana


O programa Tempo de Economia desta quarta-feira (13) discutiu as transformações sociais do trabalho no pós-pandemia. As reflexões sobre o assunto foram conduzidas por dois renomados palestrantes: o filósofo Nelson Mello e Souza, e o advogado e diplomata Ney Canani. Juntos, eles apresentaram o painel “O Trabalho, um conceito em metamorfose, e o pós-pandemia: reflexões filosóficas”. A apresentação foi realizada de forma on-line no canal da Secretaria de Economia no Youtube.

Os palestrantes apresentaram dados sobre as recentes mudanças ocorridas no processo de automação do trabalho e discutiram como a mecanização e a tecnologia têm interferido nas relações sociais e quais são as perspectivas para o futuro do trabalho.

Segundo dados da McKinseyGlobal, de 2017, 60% de todas as ocupações têm pelo menos 30% das atividades automatizáveis. E, de acordo com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, entre 50 e 70% dos trabalhos não serão totalmente substituídos, mas terão grande parte das tarefas automatizadas. Outro estudo da WEF, de 2018, apontava que dois terços dos empregos no mundo em desenvolvimento são suscetíveis de automação.

Os palestrantes ressaltaram que a pandemia acelerou o processo de automação, que já vinha ocorrendo ao longo dos anos. “A causa não é apenas a pandemia, mas também os avanços de automação e digitalização que tornaram isso possível. O uso de tecnologias foi acelerado durante a pandemia”, relatou Ney Canani, ao falar do trabalho fora dos escritórios.

Entre os exemplos de trabalho que sofreram automatização e foram acelerados na pandemia, ele citou os teleatendimentos por chats robotizados, os tótens de companhias aéreas e hotéis, além da telemedicina.

Os palestrantes ressaltaram que o grande problema causado por esses processos de uso das tecnologias e automação é o avanço do desemprego. “Muitos postos de trabalho foram eliminados e poucos criados”, disse Ney Canani.

O advogado e diplomata falou sobre as exigências de novas habilidades para tarefas complexas, o uso da inteligência artificial em áreas que antes não era possíveis e as soluções para a questão. Entre elas, citou a geração de novas fontes de tributação, como impostos sobre automação, a criação de renda para os desempregados, como auxílio dos estados e uma renda mínima universal. Também mencionou a redução da jornada de trabalho (com manutenção da renda), a educação e a qualificação profissional permanente, além da redefinição do papel do trabalho.

Tanto o diplomata como o filósofo ponderaram que é preciso redefinir o papel do trabalho na vida social diante dos novos cenários. “Do ponto de vista psicológico, o trabalho não é só fonte de renda, mas também uma fonte de realização, uma forma como se constrói a nossa identidade social”, explicou Nelson Mello.

De acordo com o filósofo, a questão do trabalho define como a pessoa é vista pela sociedade e tem reflexos na sua autoestima.

Para Nelson Mello e Souza, as transformações foram aceleradas pela pandemia, mas já estavam presentes na consciência dos intelectuais há algum tempo. Ele defende que a educação técnica seja revista para que sejam introduzidos nos cursos técnicos uma visão mais humana, filosófica, histórica e artística.

A secretária Executiva de Acompanhamento Econômico da Secretaria de Economia, Patrícia Café, conduziu o debate e também ressaltou a aceleração da automação trabalhista durante a pandemia. “Esse é um processo natural que foi acelerado pelo contexto da pandemia”, disse. Ela lembrou que o desemprego tende a gerar problemas sociais graves e, por isso, a Secretaria de Economia tem adotado uma série de medidas para minimizar esses impactos negativos. “Preocupada com isso, a SEEC tem implementado várias medidas de apoio ao setor produtivo, de diferimento de impostos, de redução de carga tributária. E o que percebemos é que as empresas que se mantiveram neste período se reinventaram”, concluiu.

O programa Tempo de Economia é promovido quinzenalmente pela Secretaria de Economia e discute temas relevantes a serem considerados e discutidos no período pós-pandemia. A transmissão completa pode ser acessada aqui: ( (80) O Trabalho Um Conceito Em Metamorfose, E o Pós-Pandemia Reflexões Filosóficas – YouTube)

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