Foto André Furtado
O diabetes gestacional e seus riscos para a saúde da mãe e
do bebê
A doença é diagnosticada em até 25% das
gestações, e o número de casos vem crescendo à medida que a incidência de obesidade
tem aumentado na população
A
gestação é um período de grandes transformações no corpo e na vida da mulher. Durante
os nove meses de gravidez, os órgãos e o metabolismo da futura mãe passam por
adaptações à medida que o bebê se desenvolve. Entre elas, a produção
insuficiente ou má absorção da insulina, hormônio responsável pelo controle da
glicose (açúcar) no sangue. Esse aumento dos níveis de glicose durante a
gravidez, se não controlado, pode resultar em várias complicações para a mãe e
o bebê, inclusive em um parto prematuro.
Caracterizado
pelo aumento dos níveis de glicose no sangue durante a gravidez, o diabetes
pode trazer complicações à saúde da mulher e do bebê. Entre elas, prejuízos aos
rins e hipertensão. Os
fatores de risco para a doença, que geralmente surge após a 20ª semana de
gestação, são idade materna avançada, sobrepeso ou obesidade, ganho excessivo
de peso, histórico familiar de diabetes, síndrome dos ovários policísticos, uso
de corticoides.
O
diagnóstico pode ser feito mediante teste de glicemia em jejum, desde o 1°
trimestre, ou através do rastreamento por meio do TOTG (teste oral de
tolerância à glicose), que toda gestante deve fazer entre 24 e 28 semanas de
gestação. “Uma vez feito o diagnóstico, será incentivada a prática de
atividades físicas e a consulta com nutricionista para ajuste da dieta, com
combinações alimentares que possuam um menor índice glicêmico.”, explica a
ginecologista obstetra da Maternidade Brasília Fernanda Torino.
Caso
a gestante não consiga um adequado controle glicêmico com a dieta e atividade
física, pode ser necessário o uso de tratamento medicamentoso. A primeira
escolha é a insulina. Neste caso, o endocrinologista será um grande aliado para
ajustes de doses e indicação do tipo de insulina. Se o controle da glicemia for
feito adequadamente, a gestação poderá seguir até o termo. Caso contrário, o
parto pode vir a ser antecipado.
É
importante ressaltar que o diabetes gestacional também pode resultar em
complicações para a saúde do bebê quando ainda dentro do útero ou após o
nascimento. O pâncreas do bebê pode ficar sobrecarregado por conta do aumento
dos níveis de glicose, o chamado hiperinsulinismo. O açúcar em excesso se transforma em
gordura, levando ao excesso de peso fetal. Devido
à queda abrupta dos níveis de glicose, após o nascimento pode ocorrer
hipoglicemia neonatal, complicação que pode ocasionar o encaminhamento do recém-nascido
para a UTI neonatal. A
boa notícia é que o controle rigoroso da glicemia evita riscos de complicações
para e mãe e para o feto, porém é essencial realizar o acompanhamento
corretamente. “É importante contar com uma equipe multidisciplinar para apoio e
incentivo às mudanças de hábitos de vida para garantir uma gestação saudável
para a mãe e o bebê”, finaliza a obstetra.
|