Ministério da Saúde apontou que transtornos como ansiedade, estresse pós-traumático e depressão grave tiveram aumento de incidência de 86,5%, 45,5% e 16%, respectivamente
O ano de 2021 começou ainda na esteira do Coronavírus e seus desdobramentos. Logo na primeira semana de janeiro, o país voltou a atingir média acima de mil mortes por dia, alcançando o total de mais de 200 mil óbitos desde o começo da pandemia. Em meio a este cenário de aumento e instabilidade, a saúde mental pode ser fortemente afetada. A professora do curso de Psicologia do Centro Universitário IESB Hannya Cardona explica que um dos maiores desafios é conciliar a vontade de voltar à rotina normal ainda impedida pela pandemia. “Por isso, é importante que os cidadãos mantenham alguns cuidados mesmo após quase um ano de pandemia. Além de protocolos como distanciamento social, uso de máscara, uso de álcool, a atenção com a saúde mental permitirá continuar respeitando as medidas, minimizar ou prevenir o adoecimento psíquico e cumprir com as diversas obrigações até a imunização total da população”, afirma a especialista.
Desde os primeiros casos confirmados de COVID-19, diversos estudiosos da saúde mental, inclusive a OMS, alertam para o aumento na incidência de transtornos psicológicos como ansiedade e depressão. O Ministério da Saúde divulgou em setembro de 2020 resultados preliminares da pesquisa em saúde mental durante a pandemia. Nesses primeiros dados, foi revelado um aumento no transtorno de ansiedade (86,5%), estresse pós-traumático (45,5%) e depressão grave (16%). Hannya explica que, com base em situações anteriores similares à pandemia do novo coronavírus, espera-se que as necessidades de apoio psicossocial e atendimento psicológico aumentem significativamente. “O impacto da incerteza gerada, aguçada pela crise econômica que o Brasil enfrenta, aumenta a sensibilidade das pessoas. Nos próximos meses devemos estar ainda mais atentos aos sinais de familiares e amigos que poderão ficar mais ansiosos. A vacinação e a volta da normalidade aos poucos vão trazer novos desafios, especialmente para quem está apreensivo frente ao que está por vir”, acredita a professora.
Além dos protocolos e das medidas de isolamento, existem pequenas ações no cotidiano que podem ajudar no processo para lidar com a pandemia e com o distanciamento social. Hannya separou algumas dicas que envolvem uma rotina mais leve e de autocuidado. Confira:
Se alimente bem, se hidrate e durma no mínimo 7 horas por dia;
Planeje uma rotina, mesmo que esteja a maior parte do tempo dentro de casa. Esse planejamento deve conter: pausas com maior frequência durante o trabalho, mesmo que seja home office, espaço para atividade física, relaxamento, espaço para compartilhar com a família;
Não perca o contato com familiares, amigos e colegas. Este contato deverá ser preferencialmente online. Use esses espaços para se divertir, escutar e ser ouvido;
Limite a exposição a meios de comunicação;
Caso perceba sofrimento constante, mudanças significativas que estão atrapalhando suas atividades do dia a dia e percebe que está em sofrimento, procure a ajuda de um profissional.