1 – Como reduzir a ansiedade?
Márcia Pena (MP) – Ao contrário do que a maioria pensa, a ansiedade pode ser um elemento positivo no processo. Uma pessoa infértil, sem ansiedade, pode postergar a ida às clínicas e, com isso, a chance de engravidar pode diminuir. Quanto mais rápido iniciar o tratamento, maior a chance de sucesso. A ansiedade está presente de algum modo em todas as etapas: monitorização da ovulação, as relações sexuais programadas, a manipulação das medicações injetáveis, desenvolvimentos dos embriões ou espera pelo dia do exame de gravidez. Na medida certa, a ansiedade deixa as pacientes aderidas ao tratamento. Uma dica é escolher uma clínica de confiança e tentar viver um dia de cada vez.
2 – De que forma os familiares podem ajudar nesse processo?
MP – Uma rede de apoio pode ser eficaz. Alguns pacientes optam por realizar o tratamento sem a participação da família a fim de evitar mais expectativas e cobranças. Os familiares podem ajudar no processo respeitando as decisões e privacidade do casal. É comum que os casais apresentem um certo isolamento social durante o processo.
3 – A depressão pode afetar a fertilidade do casal? De que forma?
MP – A depressão pode afetar a fertilidade do casal no momento que diminui o número de relações sexuais semanais. Em se tratando de casais inférteis, a depressão pode afetar a disposição destes em retomar o tratamento diante do resultado negativo e, consequentemente, atrasa a gravidez. É o que chamamos de burnout. O termo pode ser utilizado para nomear os esgotamentos físico e mental decorrentes de várias tentativas sem sucesso.
4 – Quais as principais queixas dos pacientes assistidos em consultório psicológico?
MP – As principais queixas são tristeza, melancolia, arrependimento por ter adiado a gestação ou por ter realizado a ligadura ou vasectomia, fadiga, ansiedade, medo de não conseguir engravidar, dúvida quanto à capacidade do corpo de gerar um bebê, falta de controle da situação e os altos custos.
5 – Como a psicologia pode contribuir para o sucesso da reprodução assistida?
MP – Oferecendo a oportunidade de elaborar o diagnóstico da infertilidade, a indicação do tratamento e tudo o que envolve a realização do mesmo. Para ajudar, precisamos de empatia. É preciso se colocar no lugar do paciente para tentar compreender o que eles estão sentindo e como isso está impactando suas vidas, trabalhar a possibilidade do negativo e dosar a expectativa. Para isso, particularmente, eu recorro a explicações de cada etapa do tratamento e as intercorrências que podem acontecer com fotos e vídeos. Estímulo a leitura em consultório do termo de consentimento informado e as opções a serem definidas. Na reprodução assistida, é esperado que a Psicologia aumente a autonomia do paciente/casal diante do próprio tratamento, uma vez que se trata de um tratamento eletivo, mas com dilemas éticos e com grandes responsabilidades.
Foto: Envato
Eu estava a 1 ano tentando engravidar e não conseguia, foi então que por indicação conheci esse tratamento alternativo e hoje estou a espera do meu tão sonhado lucca
ResponderExcluirhttp://bit.ly/sonhodeconseguirengravidar