Tudo que for feito para ajudar o nosso país terá meu apoio, diz Izalci



Veja abaixo a entrevista com o senador Izalci Lucas (PSDB-DF), que falou da importância do diálogo em prol do DF é sempre bem-vindo e deve haver. "Os estados não são países isolados, somos um só país e um só povo, e isso deve vir em primeiro lugar", falou Izalci ao comentar a relação Ibaneis e Bolsonaro



1-) Como a bancada pode ajudar o DF a superar a pandemia do novo coronavírus?
O principal é buscar mais recursos. Foram destinados e liberados quase R$ 70 milhões em emendas da bancada do DF para o combate ao coronavírus, além disso, 50% das emendas individuais, cerca de R$ 80 milhões são destinadas para a saúde e podem também ser usadas para o mesmo fim. A bancada está atenta e vamos trabalhar para que o DF possa ter mais recursos. Logo mais, será votado o PLP 149 de auxílio aos estados e municípios, cujo parecer preliminar prejudica o DF. Vamos entrar com emendas e tentar aprovar as correções.

2-) De que forma o DF sai prejudicado?
O parecer contempla o DF apenas como estado e não como município. Dessa forma, deixamos de receber os recursos do Fundo de Participação dos Municípios. Acontece que na saúde a distribuição dos recursos para pacientes de alta e média complexidade é da competência dos estados, no entanto, pacientes de baixa complexidade ficam por conta dos municípios. Se o DF receber apenas como estado, não terá recursos necessários para fazer face ao atendimento básico da população. Além disso, todos sabem que um dos impostos mais significativos na arrecadação do DF é o ISS que é um tributo municipal, mas como paramos a maior parte das atividades de comércio e serviço, a arrecadação será bem inferior aos meses finais do ano passado.

3-) Acha que o GDF está agindo com cautela nessa crise ou deveria adotar mais providências?
Está agindo bem. Houve um anúncio precipitado de retorno às atividades, mas já foi reavaliado. Ontem (quinta-feira), participei de uma reunião com o secretário de Economia, André Clemente, e representantes dos segmentos empresariais. Ficou claro que não podemos voltar às atividades normais porque a contaminação está em ascendência. Entretanto, alguns setores têm que funcionar por serem de primeira necessidade e emergenciais.

4-) Qual é a sua avaliação sobre a aproximação do governador Ibaneis Rocha com o presidente Jair Bolsonaro?
Acho que o diálogo em prol de nosso estado é sempre bem-vindo e deve haver. Os estados não são países isolados, somos um só país e um só povo, e isso deve vir em primeiro lugar. Houve um certo entusiasmo que provocou o anúncio da flexibilização da quarentena, especialmente no tocante à volta às aulas, mas o governador ponderou e reavaliou.

5-) Essa aproximação pode ajudar na autorização de reajuste para as forças de segurança ou, diante da pandemia, a recomposição salarial está inviabilizada?
Pode. A recomposição não está inviabilizada. Mesmo porque com a reforma da Previdência e a reestruturação das Forças Armadas, na qual foram incluídos o Corpo de Bombeiros e a PM, as forças de segurança do DF tiveram uma redução salarial, o que é inconstitucional. Essa reestruturação beneficiou as forças dos demais estados que não tinham a integralidade e a paridade que o DF já tinha, mas em razão da lei, houve um aumento na alíquota do imposto e isso reduziu o salário das forças do DF. Para recompor essa perda veio para o Congresso o PLN 1 que autoriza o DF a usar o Fundo Constitucional para recompor essa perda. O projeto está para ser votado no Congresso desde o ano passado, e pode entrar na pauta a qualquer momento. A aprovação desse projeto foi fruto de um acordo que fizemos com os demais estados para votar a reestruturação da carreira. A partir dessa aprovação, o governo federal enviará uma medida provisória para que seja feita a recomposição salarial das forças. O próprio ministro Paulo Guedes considera que a segurança, a saúde e a assistência social devem ter tratamento diferenciado.

6-) Qual é a sua avaliação sobre a demissão de Sergio Moro?
Lamentável que isso tenha ocorrido nesse momento difícil do país, quando temos que focar na saúde e na sobrevivência das pessoas. É inadmissível que questões eleitorais se sobreponham à luta que estamos travando para ultrapassar essa crise que vivemos.

7-) E da suspensão da nomeação do delegado Alexandre Ramagem para o comando da PF?
Sabemos que a nomeação é prerrogativa do presidente da República. Na justificativa para a suspensão, o ministro Alexandre de Moraes do STF levou em conta as alegações do ex-ministro Sergio Moro e que há indício de desvio de finalidade na escolha. Creio que devemos aguardar com calma para ver se as alegações consideradas se confirmam ou não.

8-) Mantém seu apoio ao governo Bolsonaro?
Tudo que for feito para ajudar o nosso país terá meu apoio. Sou vice-líder do governo e o nosso trabalho no Congresso tem demonstrado que, em primeiro lugar, vem o Brasil.



Fonte: Coluna Eixo Capital Por Ana Maria Campos

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