Enquanto o mundo luta contra a pandemia do novo coronavírus (causador da Covid-19), os países afetados já discutem como se dará a volta à rotina com o fim das medidas de distanciamento e isolamento social
Foto: Olivar de Matos.
A grande preocupação gira em torno de como prevenir novos surtos da doença e minimizar suas consequências para a sociedade. E o consenso geral da comunidade científica é que a descoberta de uma vacina, que ainda não existe, é o modo mais eficaz de garantir a imunidade da população contra a Covid-19.
Atualmente, diferentes países, órgãos internacionais de saúde, centros de pesquisa e universidades já estão desenvolvendo pesquisas na área. Nos últimos dias, por exemplo, líderes mundiais prometeram na ONU (Organização das Nações Unidas) disponibilizar 7,4 bilhões de euros para apoiar o estudo e o desenvolvimento de medicamentos e vacinas contra a Covid-19.
ETAPAS DE PRODUÇÃO
Apesar do esforço internacional, a previsão mais otimista é de que uma vacina eficaz contra o novo coronavírus demore de 12 a 18 meses para ser produzida e só estará disponível para a população em 2021.
A demora se deve ao fato de que pesquisas de novos medicamentos desenvolvidos para humanos devem respeitar um rígido protocolo de testes clínicos e revisões científicas que confirmem sua eficácia contra a doença. Só depois dessa comprovação é que recebem autorização dos órgãos regulatórios para serem produzidos.
Em geral, o desenvolvimento de novos medicamentos e vacinas começa com estudos pré-clínicos realizados em amostras de células e em diferentes cobaias. Caso o resultado seja positivo, são iniciados os testes clínicos em humanos, que são divididos em três fases.
A primeira consiste na aplicação do protótipo do medicamento em uma pequena quantidade de pessoas, que serão examinados cuidadosamente. O objetivo é avaliar a ocorrência de alguma reação, como uma alergia ou outro problema ainda mais sério, e se houve alguma resposta do sistema imunológico do organismo à Covid-19.
Se tudo correr bem, a segunda fase começa com a seleção de algumas centenas de pessoas, que vão receber o protótipo da vacina, para analisar se ela realmente consegue criar imunidade contra o novo coronavírus.
Nessa etapa, os pesquisadores verificam a resposta de indivíduos com características diferentes entre si, de forma a observar se o produto se comporta da mesma maneira em todos eles.
Também são avaliadas a segurança, a eficácia e a capacidade da possível vacina de produzir anticorpos. Como a quantidade de voluntários é maior, o tempo necessário para analisar os resultados também aumenta.
A terceira e última etapa é considerada a mais complexa e consiste em realizar testes em grande escala, com milhares de pessoas, para confirmar a eficiência e a segurança identificadas anteriormente.
A aplicação de doses de um protótipo de medicamento em milhares de voluntários facilita a identificação do aumento da ocorrência de algum efeito adverso, que podem variar de pessoa para pessoa.
Só então, caso tudo ocorresse bem ao longo dessas três fases, é que o protótipo poderia ser considerado uma vacina e poderia começar a ser produzido. Ainda assim, a produção em larga escala de milhões de doses pode levar meses e, mesmo pronta, a vacina continuaria sendo monitorada.
Com informações de OPAS, OMS, ONU e Fiocruz.
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