Para o economista mais influente do Brasil, o ciclo atual é de crescimento e as perspectivas devem melhorar principalmente a partir do ano que vem
Por que a economia brasileira esteve tão mal nos últimos anos? Essa pergunta foi respondida pelo economista mais influente do Brasil, Ricardo Amorim, nesta semana, em Chapecó, na palestra “Por que a economia deve melhorar e surpreender positivamente nos próximos anos?”, no 5º Seminário de Desenvolvimento de Lideranças. O evento foi promovido pela Unoesc Chapecó (cursos de Administração e Ciências Contábeis) e pelo Colégio Marista São Francisco.
De acordo com Amorim, houve uma sequência de medidas políticas econômicas insustentáveis que foram se somando e levaram o Brasil à mais longa, dura e grave crise econômica da história. “Há nove trimestres a economia voltou a crescer, mas num ritmo fraco. Para piorar, no primeiro trimestre deste ano o PIB caiu 0,2%. Por que isso aconteceu? Porque havia expectativa que depois da eleição o governo conseguiria avançar rapidamente em vários campos importantes. Porém, o que vemos é uma coordenação política bagunçada, o que acabou matando as expectativas positivas que havia”.
O que muda a perspectiva da economia brasileira nesse momento é a aprovação ou não da Reforma da Previdência. Amorim acredita que será aprovada e, com isso, acaba o último grande desequilíbrio macroeconômico: o desequilíbrio das contas públicas. “Os outros dois já foram resolvidos: um era inflação alta e o outro o desequilíbrio das contas externas. A única coisa que sobrou é que o governo continua gastando muito mais do que arrecada. Afastar isso deixará o Brasil pronto para receber um monte de investimentos, o que gerará mais emprego e consumo. É todo um círculo virtuoso que vem pela frente que é exatamente o que eu acredito que vai acontecer. Provavelmente já começa no último trimestre deste ano, mas ganhará força a partir do ano que vem. É por isso que a economia brasileira deve, nos próximos anos, surpreender e crescer mais do que a grande maioria hoje imagina”.
O Brasil, dos 156 países emergentes, é o terceiro que mais arrecada impostos, mas ainda assim, gasta mais do que arrecada. “A Previdência sozinha, somando União, Estados, Municípios e INSS terá um déficit de R$ 400 bilhões. As outras contas do governo têm um superávit de R$ 260 bilhões, o que significa o seguinte: o buraco vem mais que integralmente da Previdência. Por isso a importância da reforma”, alerta o economista.
Com a aprovação da Reforma da Previdência, cria-se condições para o próximo passo que na opinião de Amorim é a reforma tributária, que deve contemplar a simplificação dos impostos e a redução da carga tributária. “Em paralelo a isso tem toda uma agenda de diminuir burocracia e de facilitar negócios que já está avançando porque é uma agenda mais simples”, frisou Amorim. Além das reformas da Previdência e tributária, o economista afirmou que também é fundamental a aprovação do pacote anticrime e anticorrupção do governo, além da reforma política.
INOVAÇÃO
Outro aspecto que falta para o Brasil, segundo o economista, é mais investimento em inovação. “Inovamos muito pouco e esse é o período que mais precisamos porque é o momento que a inovação mais está fazendo diferença do ponto de vista de geração de riqueza na história da humanidade”. Amorim enfatizou que a transformação digital é para todos, independentemente do setor de atuação, sendo necessário criar oportunidades. “A economia tem ciclos de altos e baixos e estamos agora na fase de recuperação. Estamos na hora de oportunidades”, afirmou acrescentando que o Oeste tem uma vantagem pelo potencial do agronegócio.
Para o vice-reitor do campus da Unoesc Chapecó, Ricardo Antonio De Marco, a palestra trouxe informações, dados e expectativas de que o País está mudando para melhor. “Temos que reunir forças para o desenvolvimento social e econômico de toda a região, para a geração de emprego e inclusão social”.
A diretora do Colégio Marista São Francisco, Marcia Maria Rosa, frisou que a palestra apontou possibilidades a partir de um olhar para a economia, além de provocar as lideranças a pensar em inovação e empreendedorismo. “A palestra foi muito significativa. O Colégio Marista e a Unoesc têm a responsabilidade, como instituições educadoras, de contribuir com o desenvolvimento da região e a oportunidade de refletir sobre temáticas atuais que desafiam as lideranças e as colocam no compromisso de empreender, permitindo que a região cresça a partir de reflexão e ação”.
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