Ignorando as suspeitas de corrupção que recaem sobre suas principais lideranças, o PSDB dedicará todo seu programa partidário na TV na noite desta quinta-feira (12/05) à discussão sobre como melhorar a política. No vídeo, o partido defenderá que reconhecer erros e pedir desculpas devem ser o começo da mudança.
Entretanto, o pedido de desculpas que o PSDB apresenta ao país na gravação faz o tipo envergonhado e genérico em nome da "classe política".
— Para esse dia chegar, é preciso passar o Brasil a limpo, aprender com os erros e construir já um país diferente — afirma o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
— Nós, políticos, devemos pedir desculpas a vocês porque a classe política faz por merecer tudo o que vocês falam da gente — diz o prefeito de Lins (SP), Edgar de Souza.
O programa será veiculado às 20h30 desta quinta-feira em rede nacional. Logo na abertura da propaganda, o PSDB anuncia que convidou "políticos novos de todo o Brasil" para debater a mudança e a reconstrução da política. Aparecem no vídeo prefeitos de cidades médias e pequenas, como Caruaru (PE), Santo André (SP) e Castro Alves (BA). Não está entre os participantes, porém, o prefeito de São Paulo, João Doria, um dos nomes estreantes na política de maior visibilidade hoje do partido e uma das alternativas a presidenciável em 2018. Ele não foi convidado a gravar uma mensagem para o vídeo.
Representando a velha-guarda tucana aparecem também o senador Aécio Neves, e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Citados na Lava-Jato, eles têm uma participação breve já no final da propaganda. Aécio diz que o partido vai fazer encontros por todo o país para debater como mudar a política. Alckmin defendeu que o caminho é trabalhar com “humildade”.
O PSDB defenderá que, para reconstruir a política, é preciso resgatar princípios, como: admitir erros, ter espírito público, colocar fim aos privilégios e dar o exemplo. O partido evitou abordar diretamente temas espinhosos em pauta na política nacional como a reforma da previdência e o fim do foro privilegiado.
— A mensagem é clara. As pessoas querem um país com mais igualdade. Estamos empenhados na Câmara para acabar com todos os privilégios. Estamos trabalhando para melhorar as reformas. Todos os brasileiros têm os mesmos deveres e direitos, sem exceção — afirma o líder do PSDB na Câmara, Ricardo Trípoli.
O partido também se colocou favorável à adoção de uma cláusula de barreira para os partidos como ponto crucial de uma reforma política.
Fonte: O GLOBO