Das 24 medalhas conquistadas no Campeonato Sul-Americano Juvenil 2017, 18 pertencem a atletas do CESO. Das oito medalhas de ouro, seis são fruto do complexo
O Centro de Excelência em Saltos Ornamentais, situado no Centro Olímpico da Universidade de Brasília (UnB), se consolidou como um celeiro de talentos na modalidade. No Campeonato Sul-Americano Juvenil 2017, o Brasil conquistou 24 medalhas, das quais, 18 foram conquistadas por atletas que treinam no complexo. Das oito medalhas de ouro, seis são fruto do complexo.
“Quando se fala em saltos ornamentais, Brasília é referência. A cidade sempre teve destaque, mas eram casos pontuais e para se desenvolver, os atletas saíam daqui. Hoje, Brasília é o grande cenário dos saltos ornamentais tanto nos resultados, quanto na infraestrutura”, afirma Hugo Parisi, atleta que já participou de quatro Olimpíadas e treina no complexo inaugurado em 2014.
Crianças de seis a quinze anos são selecionadas para dividir as piscinas com grandes nomes como Hugo, Luana Lira e Jackson Rondinelli, atletas da Seleção Brasileira de Saltos Ornamentais. Os menores treinam por duas horas, três vezes na semana. Já os jovens competidores treinam por quatro horas, de segunda a sábado, acompanhados por treinadores, fisioterapeutas e psicólogos.
“Nossos atletas estão se classificando para os campeonatos mais importantes do mundo. As pessoas já estão vendo o Brasil com outros olhos e nosso objetivo é ter alguns atletas competindo nas Olimpíadas de 2020 e de 2024”, conta Gabriel Serra, treinador da Seleção Juvenil.
Treinamento
Kawan Figueiredo, 14 anos, treina no CESO e ganhou quatro medalhas no Campeonato Sul-Americano Juvenil 2017.
O centro de treinamento recebe atletas de vários clubes de Brasília. Kawan Figueiredo, 14 anos, é atleta do Centro Olímpico do Gama, onde começou jogando futsal. Ao presenciar um salto mortal, um dos treinadores o colocou para fazer um teste em saltos ornamentais e ele se apaixonou. Há três anos se dedica em uma rotina pesada de treinamentos, mas que já dá frutos.
No Sul-americano, ganhou quatro medalhas: ouro no trampolim de 1 metro, ouro no trampolim de 3 metros, prata na plataforma de 5 metros e prata no salto sincronizado. Já viajou para Colômbia, Cuba e para o Canadá para competir.
“Eu moro no Gama, bem longe daqui. Acordo às 5 horas, começo o treino às 7h. Às 11h30, volto pra casa, me arrumo e vou pro colégio. Depois, tem dever, durmo e volto pra cá. É cansativo, mas vale muito a pena estar aqui treinando forte”, conta. Questionado se a escola não fica em segundo plano, garante que não. “A escola é sempre em primeiro plano, aqui em segundo”.
Construído e financiado pelo Ministério do Esporte em parceria com a UnB, o centro é considerado um dos melhores da América Latina e recebeu várias seleções durante os Jogos Olímpicos Rio 2016. Conta com uma piscina olímpica de 50m, uma semiolímpica de 25m, uma piscina de saltos ornamentais e um ginásio de treinamento no seco.
Além do centro, existem escolas de saltos ornamentais no Departamento de Educação Física, Esportes e Recreação do Governo de Brasília – Defer – que fica no Centro Poliesportivo Ayrton Senna (Complexo Aquático e Ginásio Nilson Nelson), no Colégio Mackenzie ou no Centro Olímpico do Gama.
Por Ohanna Patiele.